O PDT decidiu
nesta quarta-feira (17) instaurar processo disciplinar contra os oito deputados
federais que desrespeitaram decisão partidária e votaram a favor da reforma da
Previdência.
Por decisão da
Executiva Nacional e da Comissão de Ética, os deputados também estão com suas
representações partidárias suspensas até que o processo seja concluído – o que
pode demorar até 60 dias.
A decisão
atinge os deputados federais Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil
Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO),
Subtenente Gonzaga (MG) e Tabata Amaral (SP).
De acordo com
o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a decisão do Diretório Nacional “é
soberana e representa todas as instâncias partidárias”.
“Os oito
parlamentares estão com as suas atividades partidárias de representação na
Câmara suspensas. Ninguém, nenhum desses oito, pode falar em nome do partido,
ter função em nome do partido, participar da direção do partido até a decisão
final do diretório nacional”, afirmou Lupi. Segundo ele, esses parlamentares
também podem ser retirados de comissões em que porventura atuem na Câmara. A
decisão será tomada pelo líder da bancada na Casa, André Figueiredo (CE).
A sigla também
deliberou que filiados que façam parte de grupos de financiamento externo não
receberão legenda do PDT para disputar eleições.
“O partido não
dará legenda nem a vereador, nem a deputado e nem a nenhum filiado do partido
que tenha financiamento clandestino: financiamento patrocinado por organizações
pessoais, privadas, particulares, de gente muito poderosa que se utiliza de
grupos para financiar o voto de parlamentares dentro da sigla do PDT. Não é
específico para um, é para todos”, afirmou Lupi.
Regimento
De acordo com
o regimento do partido, os parlamentares podem sofrer sanções mais brandas,
como uma advertência e até mesmo serem expulsos da sigla. Em março, o PDT
fechou questão contra a reforma da Previdência. No entanto, caso os deputados
votem contra a proposta na apreciação em segundo turno na Câmara, a sanção pode
ser revista. A previsão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é que a
votação ocorra no dia 6 de agosto com o retorno da Casa às atividades após o
recesso legislativo.
“Como o
processo não está esgotado, tem o segundo turno, e nós acreditamos que o ser
humano é o único ser vivo capaz de evoluir, quem sabe alguns evoluem, ouçam o
que está se fazendo de maldade com a base da sociedade que ganha até R$ 3 mil,
R$ 2,5 mil, voltem atrás e voltem para o partido. É claro que a situação de
qualquer um dos oito que voltar atrás nessa posição equivocada inicialmente
será considerada como uma forte opção pelo partido”, afirmou o presidente do
PDT.
PSB
Na terça (15),
o Conselho de Ética do PSB abriu processo sobre deputados que votaram a favor
da reforma da Previdência. Segundo presidente do Conselho de Ética, Alexandre
Navarro, a decisão final sobre o caso será do diretório da legenda,
provavelmente, na segunda quinzena de agosto. A decisão se estende aos
seguintes deputados federais: Emidinho Madeira (MG), Felipe Carreras (PE),
Felipe Rigoni (ES), Jefferson Campos (SP), Liziane Bayer (RS), Luiz Flávio
Gomes (SP), Rodrigo Agostinho (SP), Rodrigo Coelho (SC), Rosana Valle (SP), Ted
Conti (ES) e Átila Lira (PI).
De acordo com
o partido, depois de notificados, os deputados terão 10 dias para apresentar
defesa. Concluídos os processos, o Diretório Nacional será convocado para
decidir sobre a recomendação feita pelo Conselho, com base no Código de Ética
do partido. As punições vão desde advertência até expulsão.
Com
informações da Folha