O
superministério que cuidará da política econômica nascerá com diversos nomes do
governo atual. Secretários, assessores e até ministros da gestão Michel Temer
serão aproveitados na equipe do futuro ministro Paulo Guedes. A maioria em
cargos adjuntos, os quadros atuais serão mantidos no futuro governo por causa
do conhecimento da máquina pública, segundo informações da equipe de transição.
Até agora,
oito nomes da equipe econômica atual serão aproveitados no Ministério da
Economia e um na diretoria do Banco Central (BC). O levantamento não leva em
conta a situação de Ilan Goldfajn, que continuará à frente do BC até a
aprovação, pelo Senado, do nome de Roberto Campos Neto, prevista para ocorrer
em março.
Braço direito
de Guedes no Ministério da Economia, o secretário executivo Marcelo Guaranys
atualmente trabalha no Palácio do Planalto, como subchefe de Análise e
Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da
República. Ele tem experiência em outros governos. De 2011 a 2016, foi
diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De 2007 a 2010,
ocupou a Diretoria de Regulação Econômica da Anac e foi assessor especial para
Infraestrutura na Casa Civil por seis meses, em 2011.
Entre os
secretários especiais da pasta, o futuro secretário especial da Fazenda,
Waldery Rodrigues Júnior, estava cedido pelo Senado desde 2016, para um cargo
de assessor especial no Ministério da Fazenda. Ele também preside o Conselho
Fiscal da BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens, subsidiária do
Banco do Brasil.
Responsável
por diversos órgãos hoje vinculados à Fazenda e ao Ministério do Planejamento,
essa secretaria terá dois nomes da atual equipe econômica reaproveitados no
novo governo. O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, será o
secretário-geral adjunto da Fazenda. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto
Almeida, foi mantido no cargo.
Receita
Outra secretaria
especial que contará com um nome que atuou no governo atual será a da Receita,
que vai ser ocupada por Marcos Cintra. Até o fim de novembro, ele era
presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão vinculado ao
Ministério da Ciência e Tecnologia. Cintra, no entanto, dividia-se, desde
meados do ano, entre a Finep e a campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro,
sendo aproveitado na equipe de transição. O adjunto de Cintra será o
subsecretário de Arrecadação e funcionário de carreira da Receita, João Paulo
Fachada.
O atual número
dois do Ministério do Planejamento, o secretário executivo Gleisson Cardoso
Rubim, também será aproveitado na equipe de Paulo Guedes. Um dos responsáveis
por coordenar a rotina dos servidores públicos federais e por iniciativas para
reduzir o custeio (manutenção) da administração pública, ele será o secretário
especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital. A secretaria
será comandada por Paulo Uebel, ex-secretário de Gestão da prefeitura de São
Paulo.
Banco Central
e PGFN
O atual
secretário de Política Econômica e de Promoção da Produtividade, Advocacia da
Concorrência do Ministério da Fazenda, João Manoel Pinho de Mello, foi indicado
para ocupar a Diretoria de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central,
que conduz os processos administrativos instaurados pelo BC e acompanha a
intervenção e liquidação de outros bancos. Ele entrará no lugar de Sidnei
Corrêa Marques, que ficará no cargo até o futuro diretor ser aprovado pelo
Senado e tomar posse.
Responsável
por representar o Poder Executivo em questões fiscais e por inscrever
contribuintes na dívida ativa da União, a Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN) será chefiada por José Levi Mello do Amaral Júnior. Atual
procurador-geral adjunto de Consultoria Tributária e Previdenciária, Amaral
Júnior é servidor de carreira da PGFN e foi secretário executivo do Ministério
da Justiça na gestão do ministro Alexandre de Moraes, em 2016 e 2017. O futuro
procurador-geral teve o apoio do sindicato da categoria.
(Agência
Brasil)
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