Pelo menos 14
senadores vão disputar o governo de seus estados nas eleições de outubro,
segundo levantamento feito pela Agência Brasil. Com mandatos de oito anos, com
exceção de João Capiberibe (PSB-AP), que está em seu último ano de mandato,
todos estão com vaga garantida no Senado até 2023.
Para o
analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap), Antônio Augusto de Queiroz, entre as razões para as candidaturas está a
imagem desgastada do Congresso perante a sociedade, mas não é só isso.
“Uma das
grandes motivações é que, para eles, é um desconforto grande o deslocamento do
estado de origem para Brasília toda semana. O segundo fator é que governador
tem muito mais poder, mais status que senador”, avaliou.
Cabo eleitoral
Há ainda os
casos em que a candidatura é posta para reforçar o grupo político ao qual o
senador ou senadora pertencem. Segundo o cientista político e professor da
Universidade de Brasília, Lúcio Remuzat Rennó, além de mandato, em comum, esses
parlamentares têm nomes consolidados, cabos eleitorais fidelizados e base
definida. “São pessoas que têm enorme visibilidade nos estado e uma influência
grande na estrutura partidária, isso os credencia para disputa de cargos
majoritários. Essa é uma tendência natural no mundo todo. Nos Estados Unidos, é
muito comum senadores se candidatarem aos estados”, lembrou.
Suplente
Apesar da
expectativa de que o suplente na chapa de senador seja escolhido pela
capacidade de reforçar o mandato do ponto de vista programático e de angariar
votos, na prática, assim como já ocorre historicamente, isso deve continuar não
acontecendo, segundo os especialistas. “No passado, os ex-governadores de
estado que se candidatavam ao Senado sempre indicavam um parente para ser seu
suplente, hoje, cada vez mais, tem preferência para ocupar essa vaga, nomes que
tenham dinheiro para financiar a campanha e que tragam votos”, disse Antônio
Queiroz.
Parentes
O analista
observa que nessa eleição a indicação de parentes de senadores, ou de
postulantes ao Senado, tem ganhado força para ocupar uma vaga na Câmara dos
Deputados. Um exemplo disso é o do senador João Capiperibe. Ele tenta emplacar
o filho Camilo Capiberibe na Câmara. O movimento contrário também ocorre.
Deputados federais que vão tentar uma vaga no Senado querem os filhos na
Câmara. É o caso de Silvio Costa (Avante-PE) que quer ver Silvio Costa Filho
(PRB-PE), ocupando uma cadeira de deputado federal.
Veja os
senadores pré-candidatos a governos estaduais:
1 – Gladson
Cameli (PP-AC) – mandato até 2023
2 – Omar Aziz
(PSD-AM) – mandato até 2023
3 – Davi
Alcolumbre (DEM-AP) – mandato até 2023
4 – Rose de
Freitas (Pode-ES) – mandato até 2023
5 – Ronaldo
Caiado (DEM-GO) – mandato até 2023
6 – Roberto
Rocha (PSDB-MA) – mandato até 2023
7 – Antonio
Anastasia (PSDB-MG) – mandato até 2023
8 – Wellington
Fagundes (PR-MT) – mandato até 2023
9 – Paulo Rocha
(PT-PA) – mandato até 2023
10 – José
Maranhão (MDB-PB) – mandato até 2023
11 – Romário
(Pode-RJ) – mandato até 2023
12 – Fátima
Bezerra (PT-RN) – mandato até 2023
13 – Acir
Gurgacz (PDT-RO) – mandato até 2023
14 – João
Capiberibe (PSB-AP) – mandato até 2019
Com
informações da Agência Brasil
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