A nova
estratégia da campanha de Henrique Meirelles (MDB) ao Planalto foi testada
nesta quarta-feira (4) diante de uma plateia que lhe é familiar: os
empresários.
Orientado por
sua equipe de comunicação, Meirelles fez um discurso em que citou o governo do
ex-presidente Lula (PT) como sua experiência de sucesso e disse que vai mostrar
que foi ele quem conduziu a política econômica na boa fase da gestão petista.
Se eleito
presidente da República em outubro, o ex-ministro da Fazenda diz que fará em
quatro anos o que já fez pelo país nos dois governos dos quais participou. “Eu
sirvo o país. Trabalhei com Lula, trabalhei com Temer”.
“A lembrança
daquela época [governo Lula] é a de que 60 milhões de pessoas entraram na
classe média, porque o país cresceu”, disse Meirelles durante evento promovido
pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). “Vou mostrar quem conduziu a
economia naquele período”, completou.
BC
Meirelles
comandou o Banco Central durante os oito anos de Lula no poder e, durante a
gestão Temer, de maio de 2016 a abril deste ano, foi o chefe da equipe
econômica do emedebista.
Discurso
Empacado com
1% nas pesquisas há meses, o pré-candidato foi orientado pela equipe de
campanha a adotar um discurso mais assertivo e agressivo em relação aos
adversários, principalmente contra Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT).
Além disso, foi estimulado pelos auxiliares a citar Lula sem constrangimento,
deixando um papel mais tímido -ou quase nulo– para Michel Temer, de quem foi
ministro, mas que carrega o título de presidente mais impopular da história,
com 82% de reprovação.
Interna
Segundo ele,
pesquisas encomendadas por sua campanha mostram que quem tem informação sobre
sua biografia, vota nele. Por isso, afirma, é preciso que as pessoas o conheçam
para que ele suba nas pesquisas -e isso só deve acontecer, acredita, após o
início da propaganda eleitoral na TV, em 31 de agosto. Em seu discurso,
Meirelles frisou que é a opção de segurança e experiência para a disputa ao
Planalto e que tem uma biografia ilibada.
Advertência
Também sob
advertências de sua equipe de campanha, o ex-ministro tentou evitar uma
palestra técnica, cheia de dados e focada em economia. Por pelo menos duas
vezes, porém, se apressou em dizer que evitaria falar de números logo após
repetir vários deles -um cacoete de economista. Ele disse que a primeira medida
enviada ao Congresso, caso seja eleito, será a reforma da Previdência -por
meses a principal bandeira do governo Temer, mas que naufragou por falta de
apoio parlamentar.
E ainda
Defendeu ainda
a redução da carga tributária e a simplificação tributária. Daí então, ele diz,
as empresas terão mais condições de investir no país, gerando emprego.
Meirelles defendeu a simplificação em primeiro lugar, com impostos como
PIS/Cofins, ICMS e correlatos consolidados em um imposto sobre valor agregado,
distribuído entre estados e municípios de forma neutra. Para ele, a proposta é
fundamental para o crescimento da indústria.
Com
informações da Folha
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