Ensino profissional no Ceará: Em 10 anos, número de alunos passa de 4 mil para mais de 52 mil jovens
O número de
Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEPs) saltou de 25, em 2008, para
119 unidades de ensino neste ano. Há dez anos, pouco mais de 4 mil alunos foram
contemplados com o modelo de escola nos 20 municípios cearenses atendidos à
época. Neste 2018, já são mais de 52 mil alunos espalhados pelos 95 municípios
contemplados com as EEEPs. Para celebrar as conquistas da última década no
campo da educação, o governador Camilo Santana participou de evento, ontem (20), no Centro de Eventos do Ceará, para não só comemorar os bons
resultados alcançados até agora, mas para discutir o Ensino Técnico
Profissional do futuro.
A solenidade
teve participação de diretores, professores e coordenadores pedagógicos da rede
estadual de Educação Profissional. Acompanhado da vice-governadora Izolda Cela
e do secretário da Educação, Idilvan Alencar, o governador Camilo Santana
explicou o protagonismo do modelo de escola profissional na trajetória dos
jovens cearenses. “É um modelo de sucesso. Eu sou um árduo defensor da Escola
de Tempo Integral, e a Escola Profissionalizante vai além do tempo integral;
ela já deixa o aluno, o jovem, com uma profissão, caso ele queria seguir no
mercado de trabalho”, disse.
De acordo com
o chefe do Executivo estadual, o número de unidades de modelo
profissionalizante deve saltar de 118 para 141 ainda no primeiro semestre deste
ano. “A nossa meta é chegar a 140 escolas de ensino profissionalizante e manter
o Ceará como o estado com o maior número dessas escolas atendendo os jovens
cearenses”. E continuou: “Temos quase 5 mil parcerias com instituições para
oferecer estágios aos nossos alunos. A escola reúne, além do espaço físico
adequado, moderno, uma grade curricular que oferece opções dentro das vocações
regionais do Estado”.
Em 2008, a
rede de escolas estaduais de Educação Profissional não apresentava vínculos com
instituições parceiras para garantir estágios remunerados aos estudantes. Hoje,
mais de 15 mil oportunidades são asseguradas para os jovens. Em 2015, quase 12
mil vagas foram garantidas para inserir os alunos no primeiro contato com o
mercado de trabalho. O número de cursos profissionalizantes também foi
ampliado. Atualmente, 52 cursos são ofertados. Há dez anos, eram quatro.
Segundo Camilo
Santana, os investimentos na educação continuam. Em breve, ele antecipa, o
Governo do Ceará vai lançar o projeto Nem Um a Menos na Escola, um programa que
pretende combater a evasão escolar no Estado.
Ceará como
exemplo
Durante a
solenidade, a vice-governadora Izolda Cela relembrou que as políticas públicas
voltadas para a Educação Profissional surgiu, à época, pelo Governo Federal, e
que o Governo do Ceará sempre esteve na vanguarda para empreender em projetos
voltados para esse modelo de ensino. “Temos, nesta experiência, um bom exemplo
de uma conjugação de elementos que fazem com que as coisas procedam a bem da
sociedade, da juventude. É promissor esse trabalho que vocês empreendem em cada
escola”, direcionou para os cerca 200 educadores que estavam presentes no
evento.
Para o
secretário da Educação, Idilvan Alencar, a trajetória da rede de ensino
profissional é um vitória não só para quem faz a educação no Estado, mas para
toda a população cearense. “Se a gente fizesse uma enquete para saber qual
política pública dos últimos três governos trouxe mais benefício para o Ceará,
eu não teria dúvida de que seria a da Educação Profissional”, destacou o
gestor.
O germinar de
uma política pública do futuro
Os dez anos do
sistema de Educação Profissional no Ceará narram, também, a vida de quem viu o
projeto nascer e se consolidar. A coordenadora pedagógica Xenia Germana é um
exemplo. Dos seus 40 anos de vida, ela conta, 20 foram dedicados à educação –
destes,10 anos foram direcionados para o ensino profissionalizante na EEEP
Governador Virgílio Távora, no Cariri, uma das primeiras unidades cearenses a
adotar o modelo. “A gente pode observar quantas mudanças aconteceram. Isso foi
um projeto de visão futura, nada para ser aplicado e terminado agora. Então,
está sendo um projeto contínuo. As escolas são grandes oportunidades para os
alunos, que saem preparados para tudo, para o vestibular e para o mercado de
trabalho”, emocionou-se, segurando a placa de homenagem que recebeu, no evento,
pelo trabalho desenvolvido durante uma década.
Os avanços no
sistema de ensino também refletiram no futuro da também caririense Hanna
Carvalho, de 25 anos. Hanna foi aluna de uma EEEP no primeiro ano de vigência
do modelo no Estado, em 2008. Cursou o ensino regular em paralelo com o curso
técnico em Informática. Saiu da escola e ingressou, ao mesmo tempo, no mercado
de trabalho e na universidade. “Foi muito importante passar por uma educação
técnica numa época que, realmente, a educação era carente. As possibilidades no
mercado de trabalho e no ensino superior foram significativas para mim”,
avaliou. Hanna viu a vida se transformar: atualmente é professora da base
técnica de uma Escola de Educação Profissional no Cariri.
Educação Profissional
O currículo desenvolvido é
composto por disciplinas da base nacional comum (currículo do Ensino Médio), da
formação profissional, além de uma parte diversificada, que abrange componentes
curriculares como: Empreendedorismo, Projeto de Vida, Mundo do Trabalho,
Formação para a Cidadania, Projetos Interdisciplinares, Horários de Estudo,
Língua Estrangeira Aplicada. A carga horária total trabalhada ao longo dos três
anos do ensino médio integrado à educação profissional é de 5.400h.
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