Fortaleza.
Famílias de pecuaristas e lideranças políticas de Jaguaribara, a 219Km da
Capital, e mais entidades de classes estiveram reunidas, ontem, para ampliar o
apoio para viabilizar o polo leiteiro em Mandacaru, a 2km da sede, no entorno
do Açude do Castanhão. O encontro, que aconteceu na sede da Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), foi parte de uma agenda de
reuniões em Fortaleza, com a finalidade de recompor a economia do Município,
com grande dependência do reservatório.
Na reunião,
que teve à frente o prefeito do Município, Joacy Júnior (PSDB), houve
reclamação sobre a decadência da atividade produtiva nas comunidades atingidas
pela barragem, prejudicando ainda mais a economia local. Com o ciclo de seca, o
reservatório chegou ao mais baixo nível de lâmina de água desde a sua
construção, com 4,6% da sua capacidade hídrica, afetando, diretamente a
piscicultura.
No caso de
Mandacaru, segundo o prefeito, a questão é que não houve o repasse de recursos
do governo federal para a aquisição de matrizes leiteiras, para aumentar a
produtividade e conferir maior qualidade ao produto que pode ser comercializado
para a indústria de laticínio.
Alguns
produtores estão investindo em leite, mas sem matrizes de excelência e com o
produto destinado apenas para queijarias. Esse é o caso do produtor rural
Domingos Fernandes Queiroz, 34. Ele conta que foi assentado em Mandacaru, após
a cheia do Castanhão. Naquela época, conforme lembra, houve o compromisso de
investir num polo leiteiro, favorecido pela água e pela qualidade do solo,
permitindo um suporte alimentar estratégico para o rebanho.
Até o momento,
como salientou Domingos, houve algumas intervenções, por parte do poder
público, como a construção de cercas, estábulos e pastagens. Mas faltou o
essencial, que era o crédito fundiário, permitindo um aporte de R$ 3,7 milhões
para a compra dos animais.
O presidente
da Faec, Flávio Saboya, disse que a questão é de determinação política, para
que o repasse do crédito seja realizado, uma vez que foi aprovado. Ele disse
que há uma vocação natural e viável para a pecuária, que não pode ser
desperdiçada.
Diário do Nordeste
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