A deputada
Dra. Silvana (PMDB) lamentou, nesta quinta-feira (21/09), durante o primeiro
expediente da sessão plenária, a não conclusão da Reforma Política na Câmara
dos Deputados.
Segundo ela, a
falta de consenso em relação à proposta revela qual a real intenção dos
parlamentares federais. “Nada aconteceu, os deputados federais, na contramão da
vontade popular, agem raspando o finalzinho do tacho, usando as regras atuais
para se beneficiarem nas eleições de 2018”, afirmou.
Na madrugada
desta quinta-feira, apenas o texto-base foi aprovado. Para que as alterações
passem a valer em 2018, a proposta tem que ser aprovada no Congresso até 7 de
outubro.
Sobre a
possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre o fim das
coligações em 2018, caso a Câmara não vote, a parlamentar se mostrou contrária.
“A reforma política tinha que acontecer era pelos deputados federais, sim. Não
era para esperar que o Supremo viesse com a palmatória dizendo como tem que
fazer”, contestou.
A deputada
criticou votos em legenda para candidatos em coligações. “Você não pode votar
num partido e eleger o candidato de outro partido. Não existe ideologia do
jeito que está aí. Então não era para existir partido, pois se você vota num e
elege candidato de outro partido, não é para ter nem bandeira de partido”,
pontuou.
Em relação ao
financiamento de campanha, a parlamentar acredita que a melhor opção seria o
privado. Ela também defendeu que as empresas de comunicação deveriam ser
obrigadas a ceder espaço em sua programação gratuitamente.
Silvana também
comentou que o fato de a maioria dos ministros do STF ter se manifestado, nesta
quarta-feira (20), pelo envio à Câmara da nova denúncia contra o presidente
Michel Temer. “Em outro momento, eu até ficaria entusiasmada, achando que iria
dar em alguma coisa, mas quando a gente vê que vai para a Câmara, penso que a
população tem sentimento antecipado de vergonha da atitude que a Câmara vai
tomar. Quisera eu que a Câmara dessa vez se manifestasse e realmente votasse
pelo menos para investigar e fazer um pouco menos de vergonha ao povo”.
Em aparte, o
deputado Ely Aguiar (PSDC) disse considerar que a reforma política vem sendo
feita de forma arbitrária. “Vemos que os partidos não se entendem e a vontade
dos grande partidos é acabar com os pequenos, tirando deles a possibilidade de
estarem no Parlamento e representar as mais diversas categorias”, avaliou. Em
relação à decisão do STF sobre as coligações, o deputado acredita que o
ministro Gilmar Mendes é quem vai, de forma monocrática, dizer se vai ou não
haver coligação partidária. “Pense num país desmoralizado, principalmente o
Congresso”, complementou.
O deputado
Roberto Mesquita (PSD) afirmou que a Câmara não quer reformar nenhuma, e sim
ficar na contramão do que o povo está querendo. “O que querem é manter o que
está”, reiterou.
Assembleia Legislativa
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