A partir desta
quarta-feira, o presidente da Assembleia Legislativa cearense, Zezinho
Albuquerque (PDT), abrirá o plenário do Legislativo para receber secretários do
Governo Camilo Santana, com o intuito de esclarecerem as atividades realizadas
por suas pastas. O primeiro a participar do encontro, hoje, será o secretário
de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira.
A situação
hídrica do Estado do Ceará está reclamando toda a atenção dos cearenses em
razão da pouca água armazenada nos açudes que abastecem a população,
principalmente a da Região Metropolitana de Fortaleza, no caso, os açudes
Castanhão e Orós. O primeiro está praticamente seco, com menos de 5% de sua
capacidade que é de 6 bilhões de metros cúbicos. Ele foi um dos que menos
receberam água no último inverno.
A dependência
das obras de Transposição de Águas do Rio São Francisco, para que o Estado
possa ser beneficiado o quanto antes, também é preocupação para os cearenses. O
recente corte no Orçamento do Ministério da Integração Nacional, responsável
pela obra, pode se constituir numa nova ameaça de atraso à conclusão da
Transposição, sem a qual, no início do próximo ano, parte dos cearenses poderá
ficar sem água.
O atraso na
conclusão das obras da Transposição tem mobilizado uma parte da Assembleia
desde o primeiro semestre deste ano, quando foram conhecidos os problemas da
licitação para o trecho final, após a desistência da construtora que estava
executando aquela obra. Uma comissão da Assembleia, comandada pelo próprio
presidente, chegou a ir a Brasília para tentar antecipar a disputa litigiosa
entre empresas que participaram da licitação do trecho final.
Embora hoje
seja o dia para os esclarecimentos do secretário de Recursos Hídricos sobre as
providências para garantir água à população cearense, os deputados estão mesmo
ansiosos quanto a ida à Assembleia do secretário de Segurança, André Costa,
devido aos altos índices de violência registrados na gestão.
Projetos
O presidente
Zezinho Albuquerque confirma a sua ida ao plenário da Assembleia, mas ainda não
tem data definida. Contudo, ele afirmou que o secretário de Educação também
prestará contas aos deputados.
"Esses
debates são necessários, porque ainda temos grandes desafios em algumas áreas,
como na Saúde, Educação e Segurança. Temos aqui problemas quanto a Transposição
de Águas do Rio São Francisco, e eu defendo que a construtora que ganhou a
licitação trabalhe 24 horas por dia, para que não tenhamos mais nenhum problema
com risco de falta de água", disse o deputado.
Alguns
projetos polêmicos devem ser apresentados nas próximas semanas na Assembleia,
como alguns pedidos de empréstimos e prorrogação de outros. "Eu não
atribuo a esses projetos alguma polêmica, mas eles são muito debatidos pelos
deputados. Isso demonstra o quanto a Casa tem trabalhado".
Questionado
sobre a matéria do Tribunal de Justiça tratando da extinção das comarcas, o
parlamentar afirmou que esse será outro projeto a ser bastante discutido,
inclusive, segundo informou, há uma equipe à disposição dos parlamentares da
Assembleia para tirar qualquer dúvida sobre a matéria.
"Vou
colocar em pauta a partir desta quarta-feira, e aí vai começar a
tramitação". Na última segunda-feira, ele conversou novamente sobre a
matéria com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Gladyson Pontes.
O projeto do Judiciário chegou ao Legislativo no início do mês de julho.
Investigação
Ainda na
entrevista, o chefe do Poder Legislativo afirmou que na próxima reunião da Mesa
Diretora da Assembleia, possivelmente ainda nesta semana, o tema da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico também será pautado, ressaltando
que o colegiado poderá ser viabilizado para este mês ou ficar somente para
setembro. Esta também tem sido uma pauta constante nos debates realizados na
Casa, principalmente, por parte da oposição.
Alguns dos
deputados que defendem a instalação da CPI do Narcotráfico só querem dela
participar com a garantia de uma grande segurança pessoal e para seus
familiares. Eles alegam o perigo pessoal e familiar tendo em vista a periculosidade
dos possíveis investigados na prática da venda de drogas.
Além da
segurança pessoal e dos familiares de quem possa participar da investigação, o
presidente da Assembleia não esconde sua preocupação com a própria sede do
Legislativo e dos demais deputados, visto a possibilidade de atentado e a
incapacidade das forças de segurança de deter os narcotraficantes.
Diário do Nordeste
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