Iguatu. Neste
Domingo de Páscoa houve uma redução da chuva no Ceará em comparação com os dias
anteriores. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
registrou precipitações em apenas 15 municípios entre as 7h de sábado e 7h de
ontem. As três maiores foram observadas em Russas (33mm), Lavras da Mangabeira
(25mm) e Várzea Alegre (11.2mm). Até ontem, o Ceará tinha 11 açudes sangrando.
A Funceme
prevê para hoje, segunda-feira, possibilidade de chuva isolada na faixa
litorânea e no Sul do Ceará. Nas demais regiões, o céu deve permanecer
parcialmente nublado. Para amanhã, há chance de chuva na região Centro-Norte do
Estado. Nas demais áreas, céu nublado a claro. A Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT), principal sistema indutor de chuva no Ceará durante a
quadra de fevereiro a maio, mantém uma tendência de aproximação e afastamento
da costa cearense, provocando maior ou menor intensidade pluviométrica.
A Funceme,
registrou, anteontem, chuva em 77 municípios. As três maiores foram em Ubajara
(50mm), Iguatu (49mm) e Ibicuitinga (46mm). Já na Sexta-Feira Santa, foram 82
cidades, sendo as três maiores em Ibiapina (45mm), Quixeramobim (41.8mm) e
Ipueiras (39mm).
Os dados são
parciais, mas, segundo a Funceme já choveu 48% do esperado para abril, que tem
média histórica de 188mm. Em 2016, as chuvas foram reduzidas neste mês, com um
déficit de 48%. Em 2017, a quadra chuvosa está bem melhor do que no ano
passado, favorecendo o crescimento das culturas de sequeiro, os grãos (milho e
feijão) e a pastagem para o gado.
A previsão da
Funceme é de chuvas dentro da média histórica para a atual quadra. O órgão não
faz análise mês a mês. Para o mês de maio, são esperados 90mm, ou seja, menos
da metade da média histórica de abril. No campo, os agricultores estão animados
com a possibilidade de uma boa safra de milho e feijão, quadro favorável em
todas as regiões do Estado.
A colheita do
feijão-verde manteve o seu preço estável durante a Semana Santa. É um dos
produtos que integram a cesta básica do cearense. A oferta elevada contribui
para a manutenção do preço em torno de R$ 6, o quilo. "A gente espera que
baixe a partir desta semana porque há feijão sobrando na feira livre",
disse a dona de casa Margarida Alves, moradora de Iguatu.
Aporte
O Portal
Hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) registrou,
nas últimas 24h, aporte de 2,4 milhões de metros cúbicos, em 29 açudes,
destacando-se Acarape do Meio, Angicos, Castanhão e Jaburu I. O volume médio
atual é de 12,09%, considerando os 153 reservatórios monitorados pelo órgão.
Desde a segunda quinzena de março passado que ocorre um aumento no nível médio
dos açudes. No momento, há 11 estão sangrando: Acaraú Mirim (Massapê),
Caldeirões (Saboeiro), Cauhipe (Caucaia), Itaúna (Granja), Maranguapinho e
Itapebussu (Maranguape), São Pedro Timbaúba (Miraíma), Valério (Altaneira),
Tijuquinha (Baturité), Gameleira e Quandú (Itapipoca).
Os médios e
grandes reservatórios receberam, durante a atual quadra chuvosa, reduzido
volume de aporte ou mesmo não registraram nenhuma recarga. Como é o caso do
Castanhão, Orós, Banabuiú e Trussu. Esse quadro traz preocupação para todos. A
tendência é que a crise de abastecimento nos principais centros urbanos do
Estado seja agravada a partir do segundo semestre. O Estado tem 42 açudes em
volume morto e 18 que permanecem secos.
Diário do Nordeste
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