O início da
tarde desta quarta-feira (19) foi marcado por uma onda de ataques aos
transportes públicos de Fortaleza. Como consequência da ação criminosa que
resultou em ônibus e veículos de empresas incendiados, os terminais ficaram
esvaziados na Capital e a população relatou diversos problemas na volta para
casa. A Etufor informou que o serviço deve ser retomado ainda esta noite com
metade da frota. De acordo com o órgão, os veículos circularão com reforço
policial.
Em nota, o
Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará
(Sindiônibus) afirmou que uma operação para reestabelecer o serviço de
transporte coletivo na Capital e na Região Metropolitana foi iniciada às 18h
desta quarta-feira. A ação é coordenada pelo sindicato, Etufor e Secretaria de
Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS). " A decisão foi
tomada em reunião realizada nesta tarde com o objetivo da retomada da operação
do transporte na capital com a devida segurança ao trabalhador, à população e
ao patrimônio das empresas", diz o texto.
Apesar do
início da operação para retomada dos serviços, muitos passageiros ainda
encontram problemas para se locomover na Capital. Em diferentes pontos de
Fortaleza, os usuários dos coletivos lotam as paradas de ônibus e relatam
dificuldades para pegar táxis ou mototáxis.
No primeiro
comunicado emitido pelo Sindiônibus, a entidade disse que repudiava
"veementemente a prática criminosa" de ataques (incêndios e
tentativas de incêncios) a 12 ônibus e que "causou queimaduras em um
motorista". Em paralelo, o comandante do Policiamento da Capital, coronel
F. Souto, confirmou pelo menos seis ataques a coletivos.
A cúpula da
Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social reuniu-se à tarde e há
expectativa, confirmada pelo assessoria da Polícia Militar do Estado, que o
secretário de Segurança André Costa se posicione sobre os ataques e motivações.
Muitos boatos
e fotos de cartazes de facções criminosas circularam nas redes sociais nesta
quarta. A reportagem do Diário do Nordeste flagrou a existência de um cartaz em
um dos veículos atacados, cobrando “transferência de imediato da CPPL2”.
Bairros da
Capital e Região Metropolitana
Ainda de
acordo com o coronel F.Souto, vândalos atearam fogo em ônibus nas localidades
do Barroso, Cidade Jardim, Barra do Ceará, Jangurussu, na avenida Osório de
Paiva e Edson Queiroz. Ainda não há informações oficiais, mas moradores de
Caucaia, Eusébio e Horizonte reportaram ações contra ônibus nos três
municípios.
1ª ação no
Barroso
Os ataques
teriam iniciado por volta das 12h, no Barroso, onde um motorista ficou ferido e
foi socorrido pelo Samu. Conforme a assessoria do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado do Ceará, às 12h10 foram debeladas as chamadas do coletivo incendiado na
Rua Confiança, já nas proximidades da Perimetral.
"Está
toda a Polícia Militar e Civil nas ruas mobilizada para investigar esses
incêndios", esclareceu o coronel F. Souto.
Ainda de acordo com o comandante, estão sendo realizadas abordagens nas
vias públicas de maior movimentação e em paradas estratégicas a fim de evitar
novos ataques: "A PM está na ação preventiva e a Civil investigando",
acrescentou.
Ônibus: 4
tiveram perda total
Em comunicado,
o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará
(Sindiônibus) disse que "repudia veementemente a prática criminosa que
provocou o incêndio a doze ônibus e causou queimaduras em um motorista".
Segundo a entidade, desde 2014 até abril de 2017, foram incendiados 55
veículos.
Dos 12
veículos, quatro tiveram perda total. O órgão ainda não sabe ao certo quais
bairros foram pontos de ataque dos criminosos. A movimentação dos ônibus na
cidade continua parada, os terminais fechados temporariamente e não confirmação
oficial de qual é porcentagem total da frota que ainda está circulando.
O Sindiônibus
informou também que está "envidando esforços junto às autoridades do
Estado para que possamos ter segurança para restabelecermos o serviço de
transporte de passageiros com a total preservação da vida de trabalhadores,
usuários e do patrimônio das empresas".
Diário do Nordeste
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