PMDB deixa base aliada e PT tem menos de um mês para negociar cargos e escapar do impeachment na Câmara
O
PMDB acabou de oficializar, na tarde desta terça-feira (29), a saída da base do
governo de Dilma Rousseff (PT). Sem a presença do presidente do partido e
vice-presidente da República, Michel Temer, a votação foi feita por aclamação
sob gritos de "Fora PT".
A
saída do PMDB da base aliada às vésperas da votação do impeachment - que deve
ocorrer na Câmara dos Deputados no dia 17 de abril - deixa a situação da
presidente muito complicada. O PT e o ex-presidente Lula (PT) seguem em busca
de apoio no Congresso para barrar o avanço do processo.
Reforma
Ministerial
Com
a saída do partido, os sete ministros peemedebistas devem entregar os cargos
até o próximo dia 12. "Ninguém no País está autorizado a exercer qualquer
cargo federal em nome do PMDB", afirmou o senador Romero Jucá.
Os
cargos antes ocupados pelos peemedebistas agora servirão de moeda de troca por
influência no Congresso. O PT deve tentar negociar cargos e ministérios para
evitar um esvaziamento da base aliada e fazer novas parcerias.
O
ministro Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) disse, antes da reunião, que
conversou com Dilma e Temer e acertou a permanência no cargo.
Esvaziamento
da base
Presidentes
de partidos aliados do governo conversaram com caciques do PMDB durante o
feriado para informar que as legendas seguiriam o PMDB em caso de desembarque
da base. Amanhã (30), o PP já tem marcada uma reunião para decidir se permanece
ou não ao lado de Dilma.
O
PSD, o PR e o PDT também podem deixar o governo. O presidente pedetista, Carlos
Lupi, já declarou que está complicado manter o partido na base. O PSD, de
Gilberto Kassab, apesar de ter reforçado o apoio à Dilma no início de março,
hoje também pode estar de saída.
Em
cima do muro
PP
e PR agora deverão negociar com o PMDB detalhadamente o espaço que terão em um
eventual governo Temer. Caso não se agradem, deverão ficar onde estão e se
aproveitar da fragilidade de Dilma para repartir o vazio deixado pelos
peemedebistas.
Lula
e o PMDB
A
decisão do PMDB não pegou o PT de surpresa, já era esperada. Lula estava,
inclusive, ciente que não adiantava mais tentar manter o partido na base e já
trabalhar para conquistar votos dissidentes da sigla.
O
ex-presidente tentará conversar pessoalmente com membros peemedebistas para que
eles votam contra o impeachment mesmo com o partido fora da base.
Ausentes
Os
sete ministros peemedebistas e o líder do partido na Câmara, deputado Leonardo
Picciani, não participaram da reunião. Picciani é tido como o maior aliado de
Dilma dentro do PMDB.
Maurício
Moreira
Via Ceará News 7
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