A Comissão de
Ética e Disciplina do PMDB do Ceará dará continuidade nos processos que tratam
dos casos de infidelidade partidária. O primeiro caso foi julgado na manhã
desta quinta-feira, 23, quando os membros da Comissão decidiram pela expulsão
do vereador Carlos Mesquita.
A decisão foi
baseada na averiguação e constatação de denúncias apresentadas por filiados do
partido, de que Carlos Mesquita não seguiu orientação do PMDB, convalidada em
convenção, de apoiar o candidato da legenda nas eleições de 2014 para o Governo
do Estado, o senador Eunício Oliveira, e apoiou o candidato adversário. Outros
quatro casos semelhantes estão em análise e dois serão julgados na próxima
semana.
Segundo o
presidente da Comissão de Ética, Marlon Cambraia, todas as denúncias foram
entregues à Comissão através da Executiva do PMDB. A partir daí foram
instaurados procedimentos administrativos disciplinares para verificar se os
filiados cometeram alguma infração prevista no Código de Ética do partido.
Através de matérias de jornais, fotografias e outras provas, foi atestada a
participação de Carlos Mesquita em atividades de campanha do candidato
adversário.
Marlon
Cambraia conta que a Comissão se ateve aos depoimentos contidos no Termo
Circunstanciado de Ocorrência (TCO) feito na Polícia Federal, quando Carlos
Mesquita foi preso acusado de ter supostamente comprado votos. No TCO há o depoimento
dos policiais que o prenderam, confirmando a apreensão de material de campanha
do candidato adversário, camisetas amarelas e dinheiros em espécie. De acordo
com o presidente da Comissão de Ética, o advogado de Carlos Mesquita não
impugnou o TCO.
Além disso, os
membros da Comissão também colheram depoimento de uma testemunha que afirma ter
visto Carlos Mesquita e seus assessores fazendo campanha para o candidato
adversário no bairro Álvaro Weyne, onde ele foi preso, afora as notícias
veiculadas na imprensa local. Todas essas provas, pontua Marlon Cambraia,
convenceram o relator do processo e os membros da Comissão de Ética pela
expulsão do vereador.
Com um prazo
de cinco dias, a contar da próxima segunda-feira, 27, Carlos Mesquita poderá
recorrer à Comissão Nacional de Ética e Disciplina do PMDB, instância superior,
onde o caso vai ser reavaliado. Caso a Comissão Nacional mantenha a decisão o
vereador Carlos Mesquita será expulso sumariamente e poderá perder seu mandato,
já que o partido também irá pedir o mandato do vereador através de processo
judicial.
Além do
vereador Carlos Mesquita, há ainda outros quatro casos de infidelidade
partidária, que estão sendo averiguados pela Comissão. Na próxima quinta-feira,
30, os membros do colegiado voltam a se reunir para tratar dos processos do
Prefeito de Novas Russas, Gonçalo Diogo, e do prefeito de Santa Quitéria,
Fabiano Lobo, também denunciados por filiados em não terem apoiado o candidato
do PMDB, Eunício Oliveira.
Ceará News 7
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