O
senador Romário (PSB-RJ) foi eleito nesta terça-feira (14), por aclamação,
presidente da CPI da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A CPI vai
investigar denúncias de irregularidades que podem incluir as obras para a Copa
do Mundo de Futebol de 2014. Romário, que propôs a criação da CPI, já havia
manifestado o desejo de ocupar a relatoria, mas o posto ficou com o senador
Romero Jucá (PMDB-RR). O nome do vice-presidente ainda não foi anunciado.
–
Na verdade, é uma combinação entre os maiores partidos. Independentemente de
ser relator ou ser presidente nosso trabalho, vai ser em equipe. O gol não é
fruto de um só jogador. A equipe são 11 e todos têm que jogar bola, ter o mesmo
objetivo de trabalhar em equipe – disse o relator antes de elogiar a
experiência de Romário.
Apesar
de conformar que sua intenção era ocupar a relatoria, Romário destacou a
importância da presidência da comissão. O senador disse que, realizada de
maneira séria, a CPI pode modernizar o
futebol brasileiro. Romário reconheceu a importância da presidência de uma CPI,
“principalmente da CPI do futebol”.
–
O mais importante é que eu estou 100% preparado para encabeçar uma mudança
definitiva no nosso futebol – garantiu.
Reunião
A
próxima reunião da comissão está marcada para depois do recesso parlamentar, no
dia 4 de agosto. Até lá, Romário e Jucá discutirão o plano de trabalho da
comissão. Uma reunião entre eles está marcada para esta quarta-feira (15) para
começar esse planejamento.
Questionado
sobre nomes que pretende investigar, Romário citou os ex-presidentes da CBF
Ricardo Teixeira, que está sendo investigado pela Polícia Federal, e José Maria
Marin, preso desde maio na Suíça acusado pela Justiça norte-americana de ter
recebido subornos em território norte-americano. Romário também citou o atual
presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Ele também pretende pedir quebra de
sigilo.
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Posso te afirmar que o trabalho passa por abrir o sigilo da CBF, de federações,
de clubes, de dirigentes, de presidentes. Esse é o papel da CPI e eu tenho
certeza de que esse papel, pelo menos no que se refere à minha parte, vou
tentar fazer da melhor forma possível – disse Romário, que não descarta a
possibilidade de que a CBF tente blindar as investigações.
Tanto
Romário quanto Jucá confirmaram que pretendem pedir colaboração no exterior,
especialmente do FBI. Para Jucá, os responsáveis por irregularidades precisam
ser punidos, mas esse não é o único objetivo da comissão.
–
A CPI vai investigar quem precisar investigar. Agora, o resultado da CPI não é
só investigar; o resultado da CPI tem que ser propositivo. Nós temos um
desafio: essa CPI tem que enquadrar quem cometeu algum tipo de crime, mas não
basta isso, temos que melhorar o futebol brasileiro – disse o relator.
Diário do Nordeste
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