Em
edital publicado na última sexta-feira (15), o presidente do Pleno do Tribunal
de Justiça Desportiva de Futebol (TJDF-CE), Jamilson de Morais Veras, marcou o
julgamento da exclusão do Fortaleza do Campeonato Cearense de 2015 para o
próximo dia 28. Campeão estadual, o Tricolor atuou sob efeito suspensivo e irá
ao banco dos réus por ter acionado a Justiça Comum antes de esgotar as esferas
esportivas em 2004, de acordo com o Tribunal.
O
caso seria julgado no dia 23 de abril, antes dos jogos da final da competição,
entre Ceará e Fortaleza, mas foi adiado a pedido do Leão e da Federação
Cearense de Futebol (FCF). Os dois departamentos jurídicos alegaram "a
proximidade do 1º jogo das finais (...) causa iminente prejuízo" às partes
envolvidas. Além disso, apontaram "o clima de incerteza e
insegurança" e o "clima de beligerância gerado sobre o assunto"
como razões para a mudança da data do julgamento. O presidente do Tribunal
considerou "relevantes" os argumentos e acatou o pedido.
Com
a mudança de data do julgamento, o Leão ficou liberado para disputar a decisão
da competição e se sagrou campeão com uma vitória e um empate, encerrando o
jejum de quatro anos sem títulos.
Caso
seja excluído da competição deste ano, o Fortaleza não só perderá o título como
será rebaixado para a Segunda Divisão do Estadual de 2016 e terá que pagar
multa de R$ 50 mil.
O
caso
O
Leão foi julgado no dia 26 de março por recorrer à Justiça Comum antes de
esgotar as esferas esportivas em 2002, de acordo com o Tribunal - a
Procuradoria do TJDF reabriu o caso no dia 17 de março após ser oficiada pela
FCF. Na ocasião, o clube alegou que o atacante costa-riquenho David Madrigal,
do Ceará, estava atuando irregularmente, sem visto de trabalho, e recorreu ao
TJD pedindo a perda de 17 pontos do Vovô. O Alvinegro conseguiu a vitória no
Tribunal, e o Tricolor foi à 17ª Vara Cível da Justiça Comum.
No
dia 31 de março, o presidente do Pleno do Tribunal, Jamilson de Morais Veras,
concedeu efeito suspensivo ao clube, que retornou ao Estadual e disputou a
semifinal contra o Icasa. A Procuradoria do TJDF chegou a ir ao Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra o efeito suspensivo, mas o
presidente Caio Rocha indeferiu o pedido de mandado de garantia.
Clima
tenso
Após
a decisão do Tribunal, torcedores se revoltaram e chegaram a divulgar dados e
informações pessoais de membros do órgão em redes sociais. Além disso, o prédio
da FCF, onde também funciona o TJDF, foi alvo de protesto na madrugada do dia
28 de março, sendo pintado de azul e vermelho e com disparo de coquetel
molotov.
No
dia 30 do mesmo mês, a Polícia Civil instaurou inquérito para investigar os
dois casos, que serão presididas pelo delegado titular do 34º DP, Romério
Almeida.
Diário do Nordeste
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