Por ocasião do 31 de março, dia do início da ditadura
militar em 1964, alguns deputados da Assembleia Legislativa destacaram a data
entre comemorações, elogios e ressalvas ao movimento. O primeiro a trazer o assunto à tona foi o
deputado Ely Aguiar (PSDC), destacando a importância da “revolução” para
impedir “a tendência comunista” que havia no país. “Na leitura que a gente faz,
o Brasil tinha uma tendência de ir para o comunistmo. Não houve iniciativa
própria das forças militares, mas houve uma iniciativa popular, mobilização da
imprensa, da igreja e entidades de classe, por isso aconteceu o golpe militar”,
defende.
O deputado Manuel Duca (PROS) afirmou que “temos hoje
democracia plena graças a revolução militar”, e realizou chamamento para
movimento em homenagem ao general Castelo Branco, que ocorre nesta terça-feira
(31) na Praça do Ferreira. O deputado Fernando Hugo (SD), caracterizando o
regime como “contrarrevolução de 1964″,
defendeu também sua função como “salvador do Brasil do movimento
comunista”.
“É oportuno frisar a data histórica da manifestação
cívico-militar. Não estou aqui, e tenho sofrimento na família demais, dizer que
não seguiu caminhos outros. Não estou invocando a volta do regime, temos um
regime democrático que deve ser protegido por nós. Não estaríamos aqui se o
comunismo tivesse tomado o poder, porque não haveria esse ambiente
democrático”, destaca.
Os deputados Welington Landim (PROS) e Carlos Felipe
(PCdoB) ressaltaram os pontos negativos do regime militar, citando a extensa
duração, os fim das liberdades democráticas e a violência policial. Felipe
defende que o “legado que fica é de um golpe”, lembrando que na Argentina e no
Chile “ninguém sequer fala em revolução”. Landim caracterizou o regime como “um
período negro e um grande equívoco na história do país”, afirmando também se
tratar de um “golpe premeditado”.
Diário do Nordeste
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