Em 2014,
Corinthians e Flamengo receberam de direitos de imagens pela exibição dos jogos
no Campeonato Brasileiro a bagatela de R$ 110 milhões. O Criciúma, rebaixado à
Série B, recebeu apenas R$ 18 milhões. O Goiás amealhou R$ 27 milhões.
Em 2015, vai
continuar do mesmo jeito. O Joinville e o Avaí, que subiram para a Série A, vão
receber os mesmos R$ 18 milhões, assim como a Ponte Preta. E para 2016 o
cenário é ainda pior.
É justamente
para acabar com esse “apartheid” que o Deputado Federal Raul Henry (PMDB-PE)
criou o Projeto de Lei 7.681/14. O objetivo é modificar um artigo da Lei Pelé
para rever a distribuição dos recursos repassados aos clubes pela transmissão
de partidas na TV.
“No Brasil, a
divisão dos recursos oriundos das negociações dos campeonatos nacionais tem se
mostrado demasiadamente injusta e excludente. Seguimos modelo semelhante ao que
é adotado na Espanha, onde as negociações são individuais e não coletivas”,
justifica Raul Henry.
O Projeto do
parlamentar requer que 50% da receita sejam divididos igualmente entre os
times, enquanto 25% possam ser distribuídos de acordo com a classificação do
clube na temporada passada e os outros 25% sejam repassados proporcionalmente à
média do número de jogos transmitidos no ano anterior.
“Estamos
seguindo o modelo da Inglaterra, que tem o futebol mais organizado do mundo. Eu
não estarei na Câmara dos Deputados no ano que vem (o deputado assumirá o cargo
de vice-governador em Pernambuco), mas já conversei com o Jarbas Vasconcelos
(eleito deputado federal neste ano) para que ele dê prosseguimento com o tema.
O projeto ainda deve passar pelas Comissões de Comunicação e Informática, de
Esportes e a de Constituição de Justiça. Essa última é a única que pode impedir
que a discussão seja levada ao Plenário. Acredito que em 2015 voltaremos com o
tema para que ele seja o mais rápido possível posto em votação”, afirmou Raul
Henry ao Blog de Primeira, da Folha de Pernambuco.
O deputado
pernambucano chama de “apartheid futebolístico” o que acontece atualmente com a
distribuição das cotas de tv aos clubes. No projeto, ele apresenta os valores
recebidos pelos clubes do contrato com a Globo, detentora dos direitos de
transmissão. Confira:
Cotas no
período 2012/2015
Grupo 1 –
Corinthians e Flamengo: R$ 110 milhões
Grupo 2 – São
Paulo: R$ 80 milhões
Grupo 3 –
Palmeiras e Vasco: R$ 70 milhões
Grupo 4 –
Santos: R$ 60 milhões
Grupo 5 –
Fluminense, Cruzeiro, Atlético/MG, Grêmio, Internacional e Botafogo: R$ 45
milhões
Grupo 6 –
Sport, Vitória, Bahia, Coritiba, Goiás e Atlético/PR: R$ 27 milhões
Cotas no
período 2016/18
Grupo 1 –
Corinthians e Flamengo: R$ 170 milhões
Grupo 2 – São
Paulo: R$ 110 milhões
Grupo 3 –
Palmeiras e Vasco: R$ 100 milhões
Grupo 4 –
Santos: R$ 80 milhões
Grupo 5 –
Fluminense, Cruzeiro, Atlético/MG, Grêmio, Internacional e Botafogo: R$ 60
milhões
Grupo 6 –
Sport, Vitória, Bahia, Coritiba, Goiás e Atlético/PR: R$ 35 milhões
Diário do Nordeste
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