Três pessoas foram presas, incluindo um servidor da
Previdência Social
Três pessoas foram presas pela Polícia Federal na manhã
desta quinta-feira (31) em ação para desarticular uma quadrilha especializada
em fraudar processos concessórios de benefícios da Previdência Social em cidade
do Vale do Jaguaribe. 55 agentes federais e 17 técnicos da Seguridade Social
também cumpriram quinze mandados de busca e apreensão.
Segundo a Polícia Federal, servidores da agência da
Previdência Social em Russas estão envolvidos. FOTO: WALESKA SANTIAGO
A ordem judicial foi expedida pela 15ª Vara da Justiça
Federal de Limoeiro do Norte e as diligências foram feitas na sede da Agência
da Previdência Social de Russas, nos Sindicatos de Trabalhadores Rurais dos
municípios de Jaguaribara, Tabuleiro do Norte e Quixeré, além das residências
dos investigados.
A “Operação Blokk”, executada pela Força Tarefa
Previdenciária no Estado do Ceará, integrada pela PF, Ministério da Previdência
Social (MPS) e Ministério Público Federal (MPF), revelou um esquema criminoso para
a obtenção de aposentadoria por tempo de contribuição a trabalhadores urbanos e
aposentadorias por idade a supostos trabalhadores rurais ou aos dependentes
deles.
Segundo a Polícia Federal, servidores da agência da
Previdência Social em Russas inseriam falsos vínculos trabalhistas no cadastro
nacional de informações sociais para as aposentadorias. Além disso, eram feitos
requerimentos de benefícios rurais com declarações de atividades rurais
ideologicamente falsas, fornecidas pelos Sindicatos de Trabalhadores Rurais dos
municípios investigados.
Os presos não tiveram o nome divulgado, mas um deles é
servidor da previdência social de Russas. A PF afirma ele recebia propina para
facilitar as fraudes. Todos os detidos foram levados à sede da Polícia Federal
em Fortaleza, onde serão interrogados.
Os documentos e computadores apreendidos serão analisados na
busca de outros envolvidos nas fraudes. Segundo as investigações, servidores,
intermediários e até mesmo beneficiários podem fazer parte da quadrilha. Até o
momento a PF não calculou o valor desviado no esquema.
Os investigados responderão pelos crimes de estelionato,
corrupção ativa e passiva e inserção de dados falsos em sistema de informações
da Previdência Social. A pena para os crimes variam de cinco a doze anos de
reclusão.