O ex-presidente Lula tentará interferir mais no governo Dilma Rousseff
e, em conversas recentes, disse pela primeira vez a aliados que será candidato
ao Planalto em 2018.
Internamente, o PT já trata a candidatura de Lula como algo oficial. O
petista terá 73 anos em 2018, e aliados ponderam que uma série de variáveis
pode fazer com que mude de opinião mais à frente.
O próprio ex-presidente já disse a aliados que não sabe como estará sua
saúde daqui a quatro anos. Após deixar a Presidência, em 2011, ele se curou de
um câncer na garganta.
Por meio de sua assessoria, Lula soltou uma nota em que diz: “No último
domingo, dia da eleição, quando perguntado sobre 2018, declarei que,
completando 69 anos, minha única expectativa para daqui a quatro anos é estar
vivo.”
De olho na sucessão futura, aliados afirmam que o ex-presidente
precisará atuar de forma mais efetiva para evitar que a petista reproduza erros
cometidos no primeiro mandato. Entre eles, o distanciamento dos movimentos
sociais, o parco diálogo com empresários e o excesso de centralização nas
ações.
Nos primeiros quatro anos, o petista deu conselhos à presidente, mas foi
pouco ouvido. Agora, será preciso inverter essa lógica para poder pavimentar
sua candidatura. No cálculo interno, se Dilma fizer uma administração impopular
a partir de janeiro, sua pretensão pode ser frustrada.
No atual mandato, Lula quer ser mais ouvido quando em situações de crise
e dificuldades com o Congresso.
Em entrevista nesta terça (28), Dilma disse que “o que o Lula quiser
ser, eu apoiarei”.
(Folha de S. Paulo)
Via Blog do Roberto Moreira
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