Em negociação
com outros partidos do centrão para uma possível aliança na disputa
presidencial, o PRB avisou que não há chances de a legenda apoiar o ex-ministro
Ciro Gomes (PDT). O apoio ao pedetista já é admitido por integrantes das
cúpulas do DEM, PP e Solidariedade, siglas que discutem junto com o PRB a
possibilidade de apoiarem o mesmo candidato nas eleições deste ano para o
Palácio do Planalto.
“Já avisei que
com Ciro não vamos. O PRB não caminha com a esquerda. Ele não é de esquerda,
mas o partido dele é e o debate que ele tem feito é de esquerda”, afirmou o
presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, ao Estadão/Broadcast. De acordo com
o dirigente, seu partido só aceitaria desistir da candidatura do empresário
Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo, se for para apoiar algum nome de
centro-direita.
As discussões
de DEM, PP, PRB e SD sobre essa possível aliança na disputa presidencial
começaram na semana passada. As articulações estão sendo comandadas pelo
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), pré-candidato do DEM ao Planalto. Com
o movimento, ele tenta ganhar protagonismo na negociação eleitoral do campo do
centro e, ao mesmo tempo, isolar PSDB e MDB, que negociam possível aliança em
torno da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Integrantes
das cúpulas desses partidos já se reuniram pessoalmente pelo menos uma vez. O
encontro aconteceu na residência oficial da Presidência da Câmara em Brasília.
A ideia é tentar trazer para as conversas o PTB, legenda que tem sinalizado
apoio a Alckmin, e, em um segundo momento, o Podemos, que tem o senador Álvaro
Dias (PR) como presidenciável.
Nas conversas
iniciais, a proposta é que, em julho, essas legendas escolham juntas o nome que
apresentar melhores condições de ser eleito. Essas condições envolveriam não só
bom desempenho nas pesquisas, mas também índices de rejeição e capacidade de
gestão. Essa escolha aconteceria até 5 de agosto, prazo que os partidos têm
para realizarem suas convenções para decidirem como vão se posicionar nas
eleições de outubro.
Vetado pelo
PRB, Ciro intensificou ofensiva em busca de apoio do PSB após o ex-ministro do
Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa desistir de ser candidato à
Presidência pela legenda. O presidente do PDT, Carlos Lupi, ligou para o
presidente do PSB, Carlos Siqueira, e prometeu procurá-lo para uma reunião
nesta quarta-feira, em Brasília.
A outra frente
é via parlamentares. Integrantes da cúpula do PDT têm abordado deputados do PSB
para tentar convencê-los a defenderem aliança do partido com Ciro. A “ofensiva
parlamentar” é comandada pelo líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), e
pelo ex-ministro Cid Gomes, irmão de Ciro e um dos coordenadores da campanha do
pedetista ao Palácio do Planalto.
Na semana
passada, Cid se encontrou em Brasília com os deputados Júlio Delgado (MG),
líder do PSB na Câmara, e Alessandro Molon (PSB-RJ). No dia anterior, falou por
telefone com o ex-deputado Beto Albuquerque (RS). O presidente do PSB, Carlos
Siqueira, contudo, descarta candidatura própria. Segundo dirigente, após a
desistência de Barbosa, restaram duas opções: se coligar a um candidato com
“identidade programática” com o PSB ou liberar seus filiados para apoiarem quem
quiserem.
O Povo Online
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