A principal preocupação daqueles
deputados estaduais que tentarão reeleição no pleito deste ano, no momento, diz
respeito à formatação de coligações para a disputa proporcional. Na base aliada
do governador Camilo Santana (PT), alguns parlamentares defendem a constituição
de mais de uma chapa governista a fim de permitir que novos postulantes tenham
direito de entrar na disputa. Outros, porém, são defensores de um “blocão” que
abranja todos os partidos aliados da gestão.
Presidente do Legislativo, o deputado
Zezinho Albuquerque (PDT) destaca que a decisão sobre como a base irá para a
disputa proporcional só será tomada no prazo final para a formatação das
coligações, entre julho e agosto. De acordo com ele, até lá, qualquer
informação sobre o tema será especulação.
Como liderança política, Zezinho
defende, porém, a constituição de duas coligações proporcionais, pois, conforme
avalia, o “blocão”, que já teria 69 nomes, deve deixar muitos pretensos
candidatos de fora da disputa. “Somos 37 na base do Governo, mas os partidos
têm candidatos novos que querem participar da eleição. Minha defesa é de até duas
coligações, porque aí haverá crescimento de partidos. Com apenas um ‘blocão’
não dá”.
A defesa do presidente da Casa vai de
encontro ao que propõem outros deputados do PDT, como Sérgio Aguiar. Segundo
ele, todos os governistas fazem parte de um mesmo grupo e projeto político e,
por isso, a coligação deve ser única, nas disputas majoritária e proporcional.
Adversários
“Se estamos todos em defesa do mesmo
ideal para o Governo do Estado, que é a continuação do Camilo, acredito que
para federal ou estadual todos devemos estar marchando em uma coligação só,
levantando as bandeiras do Governo”, defendeu.
José Sarto (PDT), por outro lado,
afirma que é preciso ter uma ideia de quem será o candidato da oposição para
traçar estratégias de coligação. Para ele, dependendo dos quadros
oposicionistas, a base pode constituir um “blocão” competitivo ou duas
coligações: uma que seja mais robusta e outra mista.
“O que está em aberto são as vagas
para vice e os primeiros suplentes ao Senado, que são cargos relevantes. Nossa
chapa está bem avançada, e quem são os nomes que vão ser apresentados por lá?”,
questionou. Segundo ele, Camilo Santana é pré-candidato ao Governo do Estado.
Cid Gomes e, a depender da interlocução local com o MDB, Eunício Oliveira
disputariam as duas vagas no Senado.
Membro do PPS, Julinho destaca que uma
chapa pura com apenas 69 candidatos não compreenderia todos os pré-candidatos
da base. “Talvez dois blocos seriam o necessário para viabilizar mais
candidaturas da base, um dos objetivos do governador Camilo e do ex-governador
Cid Gomes”, frisou.
Há outras coligações menores sendo
costuradas: o PEN (Patriotas) estuda ir isolado para a disputa, e PPS, PRTB e
PPL ensaiam união para tentar viabilizar até quatro vagas na Assembleia. O PSC
dialoga com PMN e outras siglas menores para uma possível coligação.
Unidade
Os posicionamentos de PT e PCdoB, que
sinalizaram interesse em ir para a disputa isolados, também ainda são dúvida na
base. O petista Elmano de Freitas, porém, afirma que o partido tem posição clara
em defender que todas as siglas da base estejam coligados em um “blocão”.
“Se for possível uma coligação ampla,
participaremos. Não aceitaremos é que alguns deputados sejam escolhidos por
lideranças políticas para se coligarem em coligação menor por temerem se
coligar com o PT. Ou todo mundo fica junto ou cada um cuide de seus
interesses”.
O PP, segundo Leonardo Pinheiro,
também defende que todos da base estejam juntos. “Se for para começar a
dividir, nós vamos ver o que é melhor para a gente”, disse. O partido tem,
atualmente, a segunda maior bancada da Assembleia.
Edison Silva
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