Com 17
dias de greve dos bancários, 75,5% das agências do Ceará estão fechadas,
segundo o Sindicato dos Bancários. De acordo com o Sindibanco, 425 das 562
agências existentes no Ceará não funcionaram nesta quinta-feira (22). Em
Fortaleza, a adesão alcançou 202 das 269 agências existentes, enquanto que no
interior, das 303 unidades, 223 permaneceram fechadas durante este dia.
Os
bancários iniciaram greve no último dia 6 no Ceará por tempo indeterminado,
acompanhando a paralisação nacional da categoria.
A Fenaban
informa como pagar contas durante a greve dos bancários.
Greve
nacional
Em seu 14º
dia, a greve dos bancários fechou 13.071 agências em todo o pais, segundo a
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o
que, segundo o sindicato, representa 56% do total e o maior número de agências
fechadas já registrado em greves da categoria.
De acordo
com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas.
Na última
rodada de negociação, realizada na quinta-feira (15), não houve acordo sobre o
reajuste reivindicado pelos bancários, e o sindicato manteve a orientação pela
continuidade da greve. Segundo a Contraf, os bancos reapresentaram a proposta
que já haviam feito na reunião de terça-feira (13).
Reivindicações
A
categoria havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban - de reajuste de 6,5%
sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono
de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no
salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$
3,3 mil.
Os
sindicatos alegam que a oferta não cobre a inflação do período e representa uma
perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Os bancários querem reposição da
inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial - no
valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de
três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores
condições de trabalho.
A Fenaban
disse em nota que "o modelo de aumento composto por abono e reajuste sobre
o salário é o mais adequado para o atual momento de transição na economia
brasileira, de inflação alta para uma inflação mais baixa".
No 15º dia
da greve dos bancários no Ceará, decretada no dia 6 de setembro, em adesão à
paralisação nacional da categoria, os clientes seguem enfrentando dificuldades
para utilizar os serviços bancários.
Clientes
com dificuldade
É o caso
da auxiliar administrativa Rosiane de Sousa Silva, 36, que foi até a agência da
Caixa Econômica, localizada na Avenida Pontes Vieira, nesta terça-feira (20),
em busca de informações sobre o funcionamento do local para realizar o
desbloqueio da senha de um cartão, mas descobriu que mais uma vez não teria
atendimento com o gerente. "Agora vou ficar impossibilitada de realizar
qualquer tipo de transação que precise do cartão, o pior é que nem sei quanto
tempo essa greve vai durar", afirma.
O
aposentado Afrânio Vieira, 85, também enfrentou problemas ao procurar uma
agência do Banco do Brasil. "Tentei sacar um dinheiro, mas o caixa
eletrônico estava vazio, então tive que me deslocar no dia seguinte para o
mesmo banco e só aí consegui", disse.
Já o
marido da dona de casa Aurinete Barbosa da Silva Ferreira, 55, não está
conseguindo realizar o pagamento dos boletos que possui e as contas estão
ficando atrasadas. "O valor que ele precisa pagar é superior ao que as
lotéricas recebem, então não temos outra alternativa a não ser esperar que os
bancos voltem a funcionar. Enquanto isso, vamos sendo ainda mais prejudicados,
pois os juros continuam correndo".
Reivindicações
nacionais
A
categoria rejeitou a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) de
reajuste de 6,5% sobre os salários, a
PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. Os
sindicatos alegam que a oferta ficou abaixo da inflação projetada em 9,57% para
agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.
Os
bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real,
valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese
(R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras
reivindicações, como melhores condições de trabalho.
Segundo a
Federação Nacional dos Bancos (Fenaban, o braço sindical dos bancos), a
proposta representa um aumento, na remuneração, de 15% para os empregados com
salário de R$ 2,7 mil, por exemplo. Para quem ganha R$ 4 mil, o aumento de
remuneração será de 12,3%; e, para salários de R$ 5 mil, equivale a 11,1%. O
piso salarial para a função de caixa, com o reajuste, passaria a R$ 2.842,96,
por jornada de 6 horas/dia.
Atendimento
A
Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os
caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não
vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e
saques de benefícios sociais.
Nos
correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados),
é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços
públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.
Greve
passada
A última
paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de
21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do
Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à
reivindicação de 16% da categoria.
G1/CE
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