Segundo a PRF-CE, cerca de 10 caminhões bloqueiam a via.
Caminhoneiros devem ser notificados por oficiais de Justiça.
Os
caminhoneiros voltaram a bloquear na tarde desta quinta-feira (26), a BR-116,
no Ceará. Desta vez, o protesto com os caminhões acontece no quilômetro 213 da
rodovia, na cidade de Tabuleiro do Norte. Segundo informações da Polícia
Rodoviária Federal (PRF-CE), agentes foram encaminhados ao local, assim como
oficiais de Justiça Federal, para notificar os caminhoneiros da ordem judicial
que determina a desocupação da rodovia.
Os caminhões
estão enfileirados em um lado da via. Apenas um veículo bloqueia totalmente a
rodovia, mas pneus e pedaços de madeira foram postos ao lado dele. A PRF-CE
pede que os motoristas evitem passar pelo local, usando as CE-40 e CE-35 como
rotas alternativas.
Na manhã desta
quinta-feira, os profissionais autônomos que ocupavam a BR-116 no muncípio do
Eusébio receberam a mesma notificação de que a Justiça Federal no Ceará
determinou a desobstrução da via. Os caminhoneiros resolveram sair
pacificamente. O protesto da categoria começou na terça-feira (24). O trecho
que estava parcialmente bloqueado é um dos principais acessos à capital
cearense.
Reunião em
Brasília
Em reunião em
Brasília, o governo se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros,
aprovada pela Câmara no dia 11, e a não reajustar o preço do diesel nos
próximos seis meses, em contrapartida, exigiu a liberação imediata de todas as
estradas.
Decisão da
Justiça
A Justiça
Federal no Ceará determinou na tarde desta quarta-feira que os caminhoneiros
desobstruíssem a rodovia federal imediatamente. O juiz José Vidal Silva Neto,
da 4ª vara federal, determinou “que todos e quaisquer invasores desocupem ou
desobstruam imediatamente os trechos das rodovias federais neste Estado,
notadamente entre os Km 12 e Km 16 da BR-116, incluindo leitos, acostamentos,
alças e demais partes da rodovia federal”. O juiz estipulou multa diária de R$
500 por motorista em caso de descumprimento.
O protesto
O protesto dos
caminhoneiros autônomos na BR-116, em Fortaleza, começou por volta das 16 horas
da terça-feira (24), quando cerca de 60
motoristas, principalmente os que chegaram de outros estados, ocuparam os
acostamentos do km 12 da rodovia, importante acesso à capital cearense, já que
a BR liga o Ceará ao Rio Grande do Sul. Na quarta, o protesto cresceu e a fila
de caminhões chegou a cerca de 5 km de cada sentido. Do quilômetro 12 até o 15,
o G1 contou mais de 1.300 caminhões parados.
Além de
exigirem a redução do preço do combustível, os caminhoneiros reivindicam ainda
o aumento do frete e valores recebidos conforme a carga e a distância da viagem
feita por eles.
O caminhoneiro
Adilson da Rocha, 52 anos, estava estacionado debaixo da Avenida Quarto Anel
Viário, no Bairro Pedras, em Fortaleza, desde 16h de terça-feira (24). Segundo
ele, a carga de cerâmica já havia sido descarregada, mas mesmo assim, ele diz
que terá prejuízos.
"O
prejuízo já começou desde que eu parei aqui. A sorte é que a cerâmica que veio
de Tambaú em São Paulo já foi entregue. A cada dia parados, nós perdemos
dinheiro, mas acho a paralisação uma forma correta de protestar, pois não
podemos trabalhar com os preços do diesel dessa forma. Os preços estão altos e
é preciso o governo tomar uma providência”, afirmou.
O caminhoneiro
baiano Claudimar Rosa que entregou nesta terça-feira uma carga de coco de
Barreiras (BA) para Paraipaba, a 94 Km de Fortaleza. “Tive sorte como muitos de
já ter conseguido entregar a carga. No entanto, estou parado aqui e já era para
estar hoje à noite (quarta-feira) em Barreiras. Pegar outra carga e voltar para
cá. Faço várias viagens para poder aumentar o lucro. O valor do frete que
recebemos conforme a carga e a distância da viagem é baixa, diminuiu, devido o
valor do combustível. Vivemos hoje com apenas 20% do frete”, disse. Ainda
segundo Claudimar Rosa a cada dois dias parados ele perde algo em torno de R$ 3
mil.
Portal do G1
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