Em clima de
"luto e tristeza", um grupo de 30 pessoas protestou ontem no Largo da
Batata, zona oeste de São Paulo, contra a vitória da presidente Dilma Rousseff
(PT) no 2.º turno da eleição.
Em três horas de
manifestação, mantiveram-se em silêncio, mas ergueram faixas e cartazes pedindo
o fim da corrupção e a saída do PT do poder. Para eles, o resultado foi
fraudado e só o impeachment salvaria o País e os brasileiros.
Os poucos
manifestantes se reuniram na saída do trabalho, por volta das 18h, ao lado do
metrô Faria Lima, onde na semana passada havia 10 mil pessoas defendendo o voto
em Aécio Neves (PSDB).
Organizado pelas
redes sociais, mais de 20 mil pessoas confirmaram presença, mas o ato reuniu,
basicamente, alguns profissionais engravatados que trabalham na Faria Lima,
estudantes e moradores da região.
O aposentado
Antônio Zanato Sobrinho, de 69 anos, saiu de sua casa em Moema com uma bandeira
do Brasil. Um círculo preto ocupava o espaço da frase "Ordem e
Progresso" que, segundo ele, representa "a tristeza e o clima de
morte após a vitória dos comunistas petistas".
Antônio Sobrinho já
participou de 12 protestos contra o governo de Dilma desde 2013, mas depois da
reeleição da presidente a única solução que ele defende é a volta dos militares
ao poder.
"Preferia que
os militares voltassem para evitar que esse comunismo disfarçado de petistas
tivessem mais quatro anos de poder. E se não for possível, estou disposto a
pegar em armas para defender São Paulo dessa praga que está se instalando no
Brasil", afirmou.
O empresário
Alfredo Ergas Neto, de 49 anos, não é de uma linha tão radical, mas viu na
derrota de Aécio uma manipulação das urnas. "As urnas foram fraudadas na
cara dura. É só ver as inúmeras denúncias que tivemos ontem (domingo)",
acredita.
Ex-funcionário do
mercado financeiro e morador do Jardim Paulistano, vê no governo do PT uma
"opressão à classe média".
"Tenho medo e
me sinto oprimido nesse governo. Quem sustenta essa máquina são os nordestinos
do Bolsa Família. Mas não sinto raiva deles, e sim pena por serem tão
inocentes."
Separatismo
No grupo, há quem
defenda até a separação de São Paulo e dos Estados do Sul para formar o que
eles chamam de "Brasil do Sul". "Seria excelente se acontecesse.
Os Estados do Sul sustentam os ignorantes do Bolsa Família. Nada mais justo
deixar eles com esse governo corrupto", disse a advogada Tatiana Engler,
de 32 anos.
Renato Fel, de 22,
um dos organizadores do evento, classificou a eleição como "vergonha
nacional" e disse que São Paulo precisa liderar uma "revolta nacional
contra a corrupção petista".
"Não é
possível que seja verdade o resultado dessas urnas. Pelo menos em São Paulo e
no Sul, a massa pensante desse País, não foi."
Os organizadores do
evento estão com uma petição online pelo impeachment. Mais de 900 mil
assinaturas foram contabilizadas, de uma meta de 5 milhões. Eles dizem que vão
levar o documento ao Congresso Nacional. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
Fonte: Estadão
Conteúdo
Via Site Miséria
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